Os ofícios da lapidação e da ourivesaria traduzem o encontro entre arte, técnica e precisão, revelando o valor simbólico e material das pedras e dos metais ao longo da história. No Brasil, esses saberes floresceram a partir do ciclo do ouro e dos diamantes, especialmente nas regiões mineradoras, onde artesãos desenvolveram ofícios refinados de transformação da matéria bruta em objetos de beleza e prestígio. O lapidário dedicava-se a talhar e polir gemas, revelando seu brilho e pureza, enquanto o ourives trabalhava o ouro, a prata e outros metais preciosos na criação de joias, adornos e arte sacra. Utilizando limas, cinzéis, martelos, bigornas, maçaricos e pedras de polir, esses mestres de ofício expressavam habilidade, paciência e sensibilidade estética. Mais do que ofícios de valor econômico, a lapidação e a ourivesaria representam o legado artístico e cultural do trabalho manual que alia engenho, delicadeza e tradição.