Os ofícios relacionados a Proteção do Viajante remetem a uma diversidade de práticas, ferramentas, saberes e ocupações que tinham como principal função garantir a segurança física e espiritual de quem se deslocava por longas distâncias. No passado, viajar era uma atividade arriscada e cercada de incertezas, devido a fatores naturais, como o clima e o terreno inóspito, mas também por ameaças humanas, como salteadores, animais selvagens e restrições impostas pelos governos coloniais. Para enfrentar tais desafios, os viajantes contavam com indumentárias específicas, ferramentas adaptadas à autodefesa, armas e, não menos importante, crenças e sortilégios. A proteção podia vir do uso de um bordão reforçado, da faca multifuncional ou da espingarda, mas também se manifestava em amuletos, medalhas de santos, oratórios portáteis ou figuras simbólicas como as carrancas nas embarcações. Assim, os ofícios que surgiram em torno dessa necessidade de proteção envolviam desde o artesanato de objetos defensivos e religiosos até as ocupações ligadas ao transporte, pastoreio e comércio ambulante, onde a experiência e o conhecimento dos perigos do caminho eram essenciais à sobrevivência e ao êxito da jornada